Tendência fashion: misturar nossas origens sul-americanas com materiais sustentáveis

A especialista em tendências mais visionária do mundo, Lidewij Edelkoort, fez parte do ciclo de debates Yarn Talk na Associação Amigos do Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires, onde expressou sua visão sobre os possíveis caminhos que a moda e o estilo de vida tomarão. 

A holandesa, que havia anunciado o fim da moda tal como é conhecida em seu manifesto antifashion, publicado em 2015, agora estimula a reflexão sobre as origens e as causas socioculturais subjacentes a cada manifestação. A América Latina, por exemplo, é parte do que Edelkoort denomina da emancipação do Hemisfério Sul, o qual ela considera que abrange a África, o Leste Europeu e diversas regiões da Ásia, por questões políticas, muito mais que geográficas. 

Nesse sentido, Edelkoort enfatiza particularmente o folclore dessas regiões e argumenta: “Como pode ser que culturas tão diferentes ao redor do mundo ajam da mesma forma? Alguma coisa no cérebro humano nos faz seguir a mesma lógica. Me interesso pelo que nos une e não o que nos separa. Necessitamos nos abrir e aceitar os outros em vez de nos preocuparmos tanto com as fronteiras”. Segundo ela, essas diversas expressões culturais serão vistas nos detalhes e acabamentos dos tecidos. 

Além disso, a especialista destacou outra tendência que mostra nosso vínculo com a natureza: a reciclagem, que se manifesta com a volta das colagens de retalhos. Edelkoort considera que o cenário futuro para uma moda mais responsável envolve os consumidores enquanto criadores, “fazendo, consertando ou renovando objetos”. “Precisamos colocar fim à geração de consumo descontrolado. Não existe promessa de um mundo melhor se não mudarmos”, finalizou.  

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