Sophía, a menina trans mexicana que está mudando a história do seu país
Aos 6 anos, a menina conseguiu fazer com que sua identidade feminina fosse reconhecida legalmente sem passar por um tribunal. Os primeiros anos de Sophía não foram fáceis: como muitos meninos e meninas trans de todo o mundo, os primeiros sinais de sua identidade de gênero foram reprimidos por medo e falta de informação.
Sua mãe conta que, quando ela tinha 1 ano e meio, durante uma consulta médica de rotina na qual trocaram sua calça por uma bata, a menina exclamou: “Olha mãe, colocaram um vestido em mim!”. A partir desse momento, ela começou a repetir a pergunta: “Por que nasci sendo um menino?”. Um psicólogo infantil recomendou à família fazer “atividades de menino” com ela, para reforçar sua masculinidade. Mas isso só complicou mais as coisas, tornando Sophía melancólica e agressiva.
Finalmente, seus pais, que também têm um filho de 4 anos, decidiram fazer uma consulta com especialistas em direitos do coletivo LGBT. Eles foram categóricos e disseram: “Vocês não têm dois filhos, mas uma filha e um filho”. A partir desse momento, Sophía começou a viver como uma menina na sua casa e na sua nova escola. Agora, aos 6 anos, ela está mudando a história do México.
Em 22 de julho deste ano, Sophía foi a primeira menina do país a conseguir mudar sua identidade legal sem ter que passar por um tribunal, uma instância complexa e traumática para muitas crianças na sua situação. Após ouvir os especialistas que a atenderam nos últimos anos, as autoridades locais permitiram a mudança de gênero com o objetivo de proteger sua integridade física e emocional. Trata-se de um marco para um país no qual, no último ano, 108 mulheres trans foram assassinadas por causa de sua condição.
Agora, Sophía passeia sorridente com sua fantasia de princesa, sem saber ainda que seu caso pavimentará o caminho para que muitas crianças como ela possam viver infâncias mais livres e felizes. Algumas pessoas, no entanto, se opõem à medida, apesar das recomendações da Organização Mundial da Saúde, que dão ênfase à garantia dos direitos de crianças trans. E você, acha que as crianças deveriam poder escolher sua identidade de gênero em idades tão precoces?
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