Mulheres afegãs lutam para poderem ser chamadas pelo próprio nome
Na ultraconservadora sociedade afegã, não se pode falar falar o nome das mulheres – quem quer que seja. É considerado um insulto, uma vergonha.
Elas não podem sequer ter seus nomes revelados na sepultura. Ali são referenciadas como “a mãe [ou irmã, esposa, prima, etc.] de fulano”.
O negócio é tão sério que na certidão de nascimento consta apenas o nome do pai. Num convite de casamento, lê-se apenas o nome do noivo.
Sem nome, é como se elas não existissem. São apenas uma sombra numa sociedade dominada por homens.
Agora uma campanha quer quebrar esse dogma. O movimento #WhereIsMyName, lançado por um grupo de ativistas dos direitos das mulheres, exige que o nome das mulheres apareça em documentos oficiais e que possa ser citado pelos afegãos.
“Na nossa sociedade, basicamente tudo é um tabu para a mulher. Com essa campanha, a gente quer mudar as coisas. As mídias sociais abriram uma nova janela para as novas gerações de afegãs”, explica a ativista Bahar Sohaili, uma das cabeças do movimento.
“Agora a gente vai pressionar o governo para criar leis que garantam os direitos das mulheres, sem que usem a religião para negá-los”.
A ação tem dado resultado. O popstar afegão Farhad Darya manifestou apoio à campanha, e publicou uma foto ao lado da esposa com a legenda: “Farhad e Sultana Darya”. Outros tantos artistas, jornalistas e músicos também entraram na onda.
Considerada cidadã de segunda classe, o destino da mulher afegã está nas mãos dos homens da família – incluindo decisões sobre sua educação e casamento. Desde a queda do Talibã, em 2001, elas recuperaram o direito de ir à escola, voltar e trabalhar. Mas a violência doméstica continua altíssima, e segue sem punição.
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Fonte: Reuters