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#MeNeither: A polêmica resposta de Catherine Deneuve ao movimento #MeToo

MOMENTO LIFETIME
Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
#MeNeither: A polêmica resposta de Catherine Deneuve ao movimento #MeToo-0

A atriz e outras artistas francesas assinaram um manifesto criticando o movimento contra o assédio sexual

 

Os ecos do movimento contra o assédio sexual, surgido há poucos meses em Hollywood, pôde ser sentido com força em todas as partes do mundo. Mas nem sempre em forma de palavras de apoio. Recentemente, o jornal francês Le Monde publicou um manifesto, escrito e assinado por mulheres, que critica duramente o #MeToo, lançando a controvérsia na mídia e nas redes sociais.

 

As participantes formam o coletivo #MeNeither. Trata-se de uma centena de artistas e intelectuais francesas, com a atriz Catherine Deneuve à frente, e personalidades como a cantora Ingrid Caven e a cineasta Brigitte Sy, entre outras.

 

O manifesto, redigido pela escritora Catherine Millet, apresenta ideias que poderão colocar em xeque todos os progressos que, nos últimos anos, e com muitíssimo esforço, tantas mulheres alcançaram, com o objetivo de acabar com a violência de gênero e o assédio sexual.

Em primeiro lugar, elas acusam o movimento #MeToo de usar “os argumentos da proteção das mulheres e sua emancipação  para vinculá-las a um estado de vítimas eternas”. Mais adiante, elas colocam como verdadeiras vítimas os próprios denunciados, “homens sancionados no exercício de sua profissão, obrigados a renunciar, enquanto eles apenas erraram ao tocar um joelho e tentar roubar um beijo”, e defendem sua “liberdade de importunar”.

 

As reações e críticas diante do texto controverso não demoraram a aparecer. Entre elas, destaca-se a declaração da ativista Caroline de Haas, realizada em conjunto com várias militantes feministas da França, que afirma: “Com esse texto, ela tentam impor o tabu que começamos a levantar”, enfatizando que “misturam deliberadamente uma relação de sedução baseada no respeito e no prazer com a violência”.

Além disso, Haas expõe o fato de que muitas das participantes do manifesto são conhecidas por defender agressores sexuais e banalizar violências desse tipo. Sem ir muito longe, há alguns meses, Catherine Deneuve defendeu o cineasta Roman Polanski, denunciado pelo estupro de uma menina de 13 anos na década de 1970.

 

Embora os conceitos apresentados no texto de Deneuve e companhia possam parecer um retrocesso na luta feminina, a verdade é que as inúmeras e contundentes respostas a ele demonstram o contrário: os tempos de silêncio terminaram. Nós, mulheres, não ficaremos mais caladas diante da agressão, da desigualdade e da injustiça.

 

E você, o que opina sobre o manifesto do #MeNeither?

 

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