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Gaslighting: a violência que permanece às escuras

MOMENTO LIFETIME
Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
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Os maus tratos contra a mulher nem sempre são percebidos a olho nu

É cada vez maior o número de mulheres que não hesitam mais na hora de levantar a voz contra a violência de gênero, qualquer que seja sua forma: física, sexual, verbal ou psicológica. No entanto, esse grande avanço social apresenta um problema, e é quando o abuso não é detectável a olho nu, nem por sua vítima nem por aqueles que a rodeiam.

É o caso do abuso gaslighting, um tipo de mau-trato doméstico do qual pouco se fala, mas que muitas mulheres sofreram, inclusive por longos períodos, sem sequer perceberem.

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Quem pratica esse tipo de violência tem como objetivo confundir e manipular sua vítima, fazendo-a duvidar de si mesma. E o faz por meio de diferentes técnicas: simulando não entender o que a pessoa lhe diz, questionando sua memória dos fatos, ignorando suas opiniões, banalizando o que ela sente ou pensa, fingindo não lembrar o que de fato aconteceu, ou afirmando que tudo não passa de sua imaginação.

Algumas frases típicas desse tipo de abusadores são: “Você está exagerando”, “Eu nunca disse/fiz isso”, “Precisa ficar assim por uma coisa tão pequena?”, “Quem colocou essa ideia louca na sua cabeça?”, “Não sei do que você está falando”, etc.

O termo vem da obra teatral britânica “Gas Light” (1938), na qual um homem tenta convencer sua esposa de que ela está enlouquecendo, a ponto de afirmar que as mudanças de intensidade das luzes (que funcionavam a gás) são produto da sua imaginação, quando, na verdade, quem as está provocando é ele.

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Com o tempo, o gaslighting acaba destruindo a autoestima da vítima, deixando-a em um estado de insegurança, confusão e ansiedade constantes, sem a possibilidade de se defender e nem sequer de procurar ajuda (pois, se ela própria desconfia de si e do seu critério, não acreditando que está vivendo o que sente está vivendo, como será capaz de transmitir isso às outras pessoas?).

Mas há uma saída. É uma questão de nos informar e informar, dar visibilidade ao problema, dando-lhe a importância que merece a aceitando o fato de que se trata de uma forma de violência de gênero, tão nociva quanto qualquer outra. Temos que aguçar os sentidos para detectar se algo do tipo está acontecendo ao nosso redor, dizer “basta” e incitar as vítimas que façam o mesmo, além de estarmos sempre dispostas a ouvir e ajudar quem precisa.

E você, sabia da existência desse tipo de mau-trato doméstico?