Ela quer ensinar programação a um milhão de meninas até 2030 – e vai conseguir!
A senegalesa Mariéme Jamme parecia condenada a um futuro obscuro.
Aos cinco anos, ela e seu irmão foram abandonados pela mãe. Depois de passar por vários lares adotivos, aos 13 anos foi raptada e levada a Paris. Lá, foi obrigada a se prostituir.
Três anos depois, conseguiu fugir das mãos dos traficantes e viveu um ano e meio nas ruas da cidade.
Um dia foi resgatada pela polícia e levada a um centro de refugiados. Naquele momento Mariéme não tinha identidade, certidão de nascimento, não sabia ler nem escrever – sequer havia pisado em uma escola na vida.
No centro, descobriu um interesse natural pelos números – e isso virou seu combustível para o que viria a seguir.
Aos 18 anos, resolveu mudar-se para Londres. Lá, trabalhou como faxineira e mesmo sem falar uma palavra em inglês, resolveu que queria aprender programação.
“Eu não estava conseguindo emprego, e precisava de competências que fossem me destacar do resto”, lembra.
Foi aí que o mundo se abriu para Mariéme.
Em apenas dois anos, ela aprendeu a dominar nada menos que sete linguagens diferentes. Sua trajetória passou a chamar a atenção da mídia a ponto de ser considerada uma das mulheres mais influentes no mundo da tecnologia pela ONU, UNICEF e Instituto Bill e Melinda Gates.
Mas Mariéme não está interessada em fama e prestígio. Ela estabeleceu para si mesma uma meta muito ambiciosa: ensinar linguagens de programação a um milhão de meninas até 2030.
“Quando você ensina uma competência a uma jovem mulher, ela pode ser quem ela quiser”, diz. Hoje, 29 milhões de meninas africanas estão condenadas a viverem nas sombras pelo resto da vida – analfabetas, escravizadas, vítimas constantes de violências de todo tipo.
Para cumprir sua meta, Mariéme tem trabalhado pesado. Ela criou uma organização chamada iamtheCODE, que está presente em 93 cidades em 42 países, e está em busca constante de apoio de grandes empresas e governos por todo o mundo.
“Meu papel é garantir que essas meninas tenham todas as ferramentas que elas precisam para viver uma vida diferente. Eu sei que falo muito, sei que incomodo. Essa é a ideia”.
“Eu tenho uma obrigação profunda de fazer alguma diferença. Eu sei exatamente o que é não ter um absorvente, ser estuprada, servir café a pessoas ou ser rejeitada por uma mãe. É o meu papel ajudar”.
Uma viagem para pôr o relacionamento à prova: AMOR COM ESCALAS - Terça, 20h40