Maioria dos feminicídios são cometidos com armas de uso exclusivo do Exército
Segundo uma pesquisa elaborada pela geofísica María Salguero, há uma descoberta sobre a forma como são assassinadas as mulheres na Cidade do México: parte dos crimes são realizados com o uso de armas de fogo de uso exclusivo do Exército, um tipo de delito que era comum até agora somente em locais como Guerrero, Tamaulipas, Michoacán ou Colima - os estados mais violentos do México.
Os dados que foram coletados pela especialista indicam que, das 66 mulheres que foram assassinadas durante os primeiros sete meses do ano, 35 foram mortas com armas de calibre 9 milímetros. Em 2017, foram 29. A ativista informou que “os assassinos estão usando pistolas maiores porque não têm mais medo de portá-las”. Com base no protocolo de feminicídio da ONU, o Código Penal Federal e as informações da imprensa nacional, Salguero, que é membro da Comissão Executiva de Atenção a Vítimas, documenta os feminicídios diretos – por questões de gênero – e indiretos – pelo crime organizado.
Em 2016 e 2017, a Cidade do México registrou 105 e 110 assassinatos de mulheres, respectivamente. Até os primeiros sete meses de 2018, a cifra já chega a 66. Neste ano, o Observatório Cidadão Nacional do Feminicídio (OCNF) apresentou um relatório que documenta 8.904 assassinatos de mulheres, de 2014 a 2017, com base nas informações das procuradorias de todo o pais.
Somente em 24% dos casos, as autoridades em nível nacional os investigaram como feminicídios. “É uma porcentagem baixíssima. Os dados oficiais seguem sendo sete feminicídios ao dia, mas já se fala de nove, extraoficialmente”, assegurou Ana Yeli Pérez Garrido, assessora jurídica do Observatório.
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Fonte: Infobae