Brasil perde Bibi Ferreira, o maior nome do teatro nacional
A cantora, atriz e diretora de teatro Bibi Ferreira morreu em 13 de fevereiro de 2019, aos 96 anos, no Rio de Janeiro. A família acredita que ela tenha sofrido um mal súbito enquanto dormia. A artista era uma das maiores lendas dos palcos brasileiros.
Abigail Izquierdo Ferreira já nasceu em berço artístico. Filha do ator carioca Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi estreou nos palcos quando ainda era bebê, em uma peça de Oduvaldo Vianna, substituindo uma boneca que desapareceu pouco antes do início do espetáculo.
Logo após os pais se separarem, Bibi passou a viver com a mãe, que foi trabalhar em uma companhia de teatro de revista espanhola. Seu primeiro idioma, até os quatro anos, foi o espanhol. A língua portuguesa e o amor pela ópera ela viria a aprender com o pai.
De volta ao Brasil, tornou-se a atriz-mirim mais festejada do Rio de Janeiro. Entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal, onde permaneceu por longo tempo, até estrear na companhia do pai. Aos nove anos teve negada a matrícula no Colégio Sion, em Laranjeiras, por ser filha de um ator de teatro. Completou o curso secundário no Colégio Anglo-Americano.
Sua estreia profissional nos palcos aconteceu em 28 de fevereiro de 1941, quando interpretou "Mirandolina", na peça La locandiera. Em 1944, montou sua própria companhia teatral, reunindo alguns dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa e a diretora Henriette Morineau.
Ao longo da carreira também atuou no cinema, apresentou programas de TV, gravou discos e dirigiu shows. Isso tudo sem nunca abandonar o teatro, sua grande paixão. Bibi foi casada seis vezes e teve uma filha.
Imagem: Arquivo Nacional, via Wikimedia Commons