Transplante de útero: você faria se fosse preciso?
Entre o direito à maternidade, os dilemas éticos e os riscos à saúde, a cirurgia de transplante de útero pode ser uma grande alternativa à infertilidade. No mundo, aproximadamente 48,5 milhões de casais possuem problemas de reprodução, que limita suas possibilidades de formar uma família. É por isso que avanços médicos, como o transplante de útero, podem ser revolucionários.
Desde 2014, quando o transplante de útero foi realizado pela primeira vez, foram feitas outras 39 tentativas, ainda que somente 11 tenham gerado bebês sadios. No entanto, os médicos e pesquisadores começaram a realizar testes experimentais com órgãos provenientes de cadáveres e efetuaram um total de 10 tentativas, sem sucesso algum, até agora.
O primeiro caso bem-sucedido ocorreu em 2016, mas recentemente foi publicado no The Lancet um artigo que detalha a experiência de um transplante entre uma doadora falecida e uma mulher viva. O procedimento ocorreu no Hospital das Clínicas, em São Paulo, em colaboração com a USP. A operação utilizou o útero de uma mulher de 45 anos, que morreu de um AVC e que em vida havia dado à luz três bebês.
A mulher que recebeu o transplante tinha 32 anos e nasceu sem útero. Quatro meses antes da operação, ela foi submetida a um ciclo de fertilização para conseguir oito blastócitos (a etapa anterior ao desenvolvimento do embrião), que foram conservados. Assim que o transplante foi realizado, a mulher começou um difícil tratamento com imunossupressores. Ela teve sua primeira menstruação 37 dias após o transplante e, aos 7 meses, ficou grávida mediante a fertilização in-vitro de um embrião. O bebê nasceu saudável, em dezembro de 2017.
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Fonte: Cultura Colectiva