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Respeite o movimento!

Momento Lifetime
Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
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Já dizia Nelson Rodrigues: toda unanimidade é burra. 

Já dizia a minha mãe e já dizia o meu pai, desde que eu era criancinha: você pode não concordar, mas respeite a opinião dos outros. 

 

Não vou entrar no mérito de ter ou não manifestação, de parar ou não o centro econômico do País. Sou filha de professor funcionário público e mulher de cegonheiro sindicalista. Vocês podem imaginar a minha opinião. 

 

O fato é que, se não fizer a cidade sair da rotina, se não incomodar as pessoas, se não chamar a atenção de alguma forma, não é manifestação. O movimento não funciona. Simples assim. 

 

Esses dias meu filho mais velho fez uma reivindicação aqui em casa pelo almoço na hora combinada e pelo cardápio variado. O pequeno entrou na onda e fizeram bagunça na cozinha, me entregaram a lousa de atividades e teve até plaquinha. Escolhemos o que teria em cada refeição e me organizei para que eles almocem às 11h45, quando a fome bate.

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Pode parecer inocente, pode parecer uma brincadeira. Mas, de certa forma, eles foram ouvidos, sentamos e decidimos o que seria o ideal, dentro das vontades deles e dos meus limites. Houve acordo. Houve respeito. Eles entenderam o efeito do movimento.

 

O que eles levam disso? Talvez o aprendizado de lutar pelo que querem, talvez a necessidade de ceder em alguns momentos (bife com babata frita todos os dias não dá!). Talvez tenham entendido que não precisam chorar e berrar por tudo. Que se eles demonstrarem o que querem, o que desejam, a gente chega a um acordo.

 

Eles entenderam o movimento. A causa e a consequência, a democracia. Afinal, não é assim que o nosso país deveria ser? 

 

Esse é o meu pequeno exemplo de cidadania. Esse é um pequeno exemplo do que queremos para essas crianças em 2025, quando puderem votar, escolher a profissão, estiverem em busca de um emprego, de uma namorada, de uma ideologia.  Esse é o nosso princípio de vida. Ou deveria ser.

 

Pode não ser o seu. Na sua casa as convicções podem ser diferentes. Na sua casa parar o País pode ser uma palhaçada, uma perda de tempo, coisa de desocupados (alguns termos que li ontem por aí). 

 

Na sua casa. No seu quadrado. Na minha casa. Com os meus filhos. Cada um com os seus limites. Cada um respeitando a opinião do outro. Se as crianças de hoje chegarem em 2025 com um pouco dessa cultura de respeito e cidadania, as coisas por aqui podem ser diferentes.  

 

 


Respeite o movimento! - 2Nanna Pretto é jornalista, baiana, casada com paulista e mãe de dois meninos. 
É autora do blog Dica de Mãe, que deu origem ao livro “101 coisas que você precisa fazer com seus filhos antes que eles cresçam”. É corredora há mais de 15 anos e tenta fazer da ioga e do ballet um hábito. Ama seriados, reality shows e reprises de filmes. 


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