O cara é mala, e agora?

Por Jéssica Lopes (@blogfemmefatale)

Toda mulher fica insegura quanto ao primeiro encontro, não é mesmo? Comigo, nunca foi diferente.

Com certeza eu não sou a única que já passou por aquele “bad date”. Nem a primeira. E muito menos serei a última!

Pois muito bem, hoje vou contar umas das várias histórias de um desses encontros nada legais.

Eu passei a minha vida inteira... sendo gorda. Será que isso foi um ponto agravante? Algo que me deixaria mais insegura a respeito do meu primeiro encontro e da minha relação a dois? Por muito tempo foi sim!

Passei anos insegura a respeito da minha aparência, afinal, ela não era aquela que a sociedade considerava o ideal. Então, o que ele iria achar? Será que iria gostar de mim? Será que iria me achar bonita? Essas eram apenas algumas das questões que passavam pela minha cabeça.

Hoje em dia, já não é mais assim. Mas por quê? Foi porque eu mudei a minha aparência? Emagreci? Não. Apenas me aceitei.

E no momento em que nós nos aceitamos, passamos a nos portar de outra maneira, e isso transparece a todos.

A partir daquele dia, o dia em que eu passei a me olhar de maneira diferente, os demais passaram a me enxergar daquela mesma forma. Pois a beleza, ela ultrapassa formas físicas. Ela transparece no olhar. 

E hoje, ahhhh! Hoje, eu me acho linda, acima de qualquer opinião! Hoje eu me visto como gosto e valorizo as minhas curvas! Eu me amo, antes de esperar que os outros amem e adivinhem: eles amam também.

Enfim... Conheci um carinha lindo! Mais velho, culto e que, com certeza, teria um bom papo, e a noite seria mais do que divertida!

Marcamos de me pegar em casa, e ele falou “me espere, linda”. Achei que seria só uma forma engraçadinha de falar, não é mesmo?

Coloquei meu melhor vestido, que me deixa com aquele corpão! Fiz uma maquiagem bonitona e passei aquele perfume. Na hora marcada, ele estava me esperando na porta. Pontos para ele!

Abriu a porta do carro, me elogiou e me levou a um dos melhores restaurantes da cidade. Eis que ele fala a seguinte frase: “Lá terão várias mulheres que dariam tudo para sair comigo e vão querer morrer quando me virem entrando de mãos dadas com você”.

Na hora já pensei: “Ferrou, melhor fugir enquanto há tempo”. Mas tudo bem. Já estava lá mesmo, paguei para ver.

Durante todo o jantar, ele fez de tudo para parecer o melhor encontro do mundo. Pediu o melhor prato, o melhor drinque. Porém, eu não sabia se aquilo tudo era para mim ou para as outras.

Contou todas as qualidades dele. Todos os países que já visitou e como eu era “sortuda” em estar ali. E o que poderia ser meu melhor encontro se tornou um dos mais chatos!

Perto do fim, senti que precisava dar o troco. Mandei uma mensagem para um dos meus melhores amigos (e mais gatos!) e chamei por socorro. Ele foi me buscar na porta do restaurante.

Chamei o garçom, pedi a conta, paguei pela minha parte – o que ele achou uma ofensa, afinal, ele queria se mostrar e pagar tudo! –, levantei, agradeci com um beijo no rosto e um tapinha nas costas e saí de braços dados com o meu amigo, na frente de todas as futuras pretendentes.

Ele ficou lá, sentado, sozinho e com “cara de paisagem”.

Nunca mais me ligou. Ainda bem! 

Jéssica Lopes, Brasileira, Gaúcha, 22 anos.
Blogueira, Youtuber e modelo Plus Size.
Apaixonada por moda e tatuagem.

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