Mulher Maravilha: ícone de empoderamento ou mais do mesmo?

A Mulher Maravilha é uma velha conhecida: guerreira amazona, filha de Zeus com Hipólita (ou seja: uma semideusa) forte, dura na queda, nascida e criada na bela Ilha de Themyscira, implacável na luta contra os criminosos.

Criada em 1941 pela DC Comics, serviu como modelo para ensinar que as meninas também podiam ser livres, fortes e tão corajosas quanto os meninos – e jamais inferiores a eles. Aos 75 anos, Mulher Maravilha está aí para mostrar que a luta por um lugar ao sol continua longa e complicada.  

O trailer do filme, que chega aos cinemas brasileiro em junho de 2017, já está no ar.  

No rastro de todo o marketing gerado durante divulgação do novo filme, a heroína acabou ganhando, em 2016, o título de embaixadora da ONU (Organização das Nações Unidas) pelos direitos da mulheres. 

Só que a ideia não colou – e pior: pegou super mal! 

Em menos de dois meses a Mulher Maravilha foi destituída do cargo por meio de uma petição com mais de 45 mil assinaturas. 

Por quê? O que aconteceu para que a heroína da DC Comics perdesse seu apelo? 

A resposta está em outros aspectos da personagem que vêm junto com sua força.  

Branca, alta, seios fartos, magra, pernas longas, rosto de top-model e hiper-sexualizada, sua figura reforça aquilo que as mulheres estão lutando há anos para mudar: o de um ideal de beleza impossível de alcançar – algo que causa sofrimento em meninas do mundo todo – e de que todo o seu poder está associado aos seus atributos físicos.

A Mulher Maravilha, por exemplo, não se identifica com outras etnias pelo mundo afora. Também não representa a diversidades de corpos que a humanidade tem.  

Fora o principal: não é uma mulher real. Existem outras tantas candidatas possíveis, com histórias muito mais inspiradoras que a da Mulher Maravilha, que poderiam perfeitamente ser embaixadoras da ONU – por que não foram escolhidas? 

A discussão é complexa. Até a atriz Gal Gadot, que interpreta a Mulher Maravilha no cinema, entrou na briga: “Eles estão dizendo que ela é esperta e forte, então ela não pode ser sexy. Por que não?”. 

Afinal, a Mulher Maravilha foi injustiçada ao perder seu cargo na ONU? A petição faz sentido? 

A gente queria ouvir a opinião de mulheres que leem a gente: o que vocês acham de tudo isso? 

Imagem: Marcelo Silk Screen / Flickr – Domínio Público