Hora de parar e deixar tudo pra lá!

Sabe quando o corpo pifa? Quando você não presta atenção aos sinais e, do nada, cataploft? Pois é, hoje eu venho aqui, de leve (porque ainda estou de repouso), para falar uma coisa para vocês: perceba a hora de parar. Escolha prioridades e trabalhe nelas, apenas nelas. Não queira abraçar o mundo. 

Em menos de 20 dias eu tive dois sinais de que a coisa por aqui não estava lá muito bem. Estourei a membrana do tímpano (sim, consegui isso!) e dei pouca importância para uma infecção urinária que me encheu o saco por uns três dias. Liguei para a médica, vejam, recebi orientações do que fazer. Mas o dia passou, acostumei com o xixi ardido a cada meia hora, outros compromissos vieram e a semana acabou com um dor insuportável nas costas, que eu achei que era de cansaço ou do treino mal feito. Que bobinha! A infecção não só piorou como evoluiu para o rim. 

Num surto insuportável de dor que mal me permitia andar, eu dei entrada no pronto socorro. E por lá fiquei durante três dias.

Por isso, parem! 

Os dias que passei internada eu fiquei pensando porque a gente faz isso. Por que só tomamos providência quando a água bate na bunda? Por que a gente não presta atenção nos nossos instintos, na nossa respiração e por que a gente não relaxa?

Isso é coisa de gente doida, vai vendo!

Escutei de uma amiga uma frase ótima: Volte a se baianizar. Desacelere. Não deixe a loucura paulistana contaminar o seu ritmo. 

É meio isso: achar o próprio ritmo e saber dizer “não dou conta”, “vou delegar para outra pessoa” ou “deixarei isso para depois”.

Quando foi a última vez que você falou alguma dessas frases? 

Chega. 

Essa semana me policiei para escrever pouco, postar pouco, ficar mais off-line e reencontrar o meu ritmo.

Peguei um papel, uma caneta e organizei as minhas prioridades. O que eu quero ou não posso deixar de fazer. Depois deixei espaços para reuniões, almoços e cuidados com a casa. Deixei uma boa janela entre tudo isso, mas não ficar agoniada com atrasos ou trânsito. Colei na parede, bem na minha cara.

E, posso falar? Está tudo fluindo bem. Ninguém saiu esbaforido de casa, eu me obriguei a dizer não para algumas coisas e isso foi legal. 

Não deixe para amanhã o que você pode deixar pra lá!

Estou praticando intensamente a frase engraçadinha das redes sociais.

E estou feliz com isso!

Nanna Pretto é jornalista, baiana, casada com paulista e mãe de dois meninos. 
É autora do blog Dica de Mãe, que deu origem ao livro “101 coisas que você precisa fazer com seus filhos antes que eles cresçam”. É corredora há mais de 15 anos e tenta fazer da ioga e do ballet um hábito. Ama seriados, reality shows e reprises de filmes. 

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