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Eu não nasci para ser a segunda opção de um homem

Momento Lifetime
Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
Eu não nasci para ser a segunda opção de um homem-0

Tem duas passagens na minha vida que começaram a construir a mulher que eu sou hoje, mas aconteceram quando eu era bem novinha e bem imatura, sem muita experiência de vida.

 

A primeira foi quando eu tinha uns 13 ou 14 anos e estava numa das minhas primeiras festinhas de adolescente. Na baladinha, me encantei com um mocinho que não fazia parte do meu ciclo escola-inglês-condomínio. O nome dele era Sidarta, não podia ser mais exótico! Passei a noite toda (que deve ter sido algo entre 19h e 21h, mas para mim a noite inteira) dando sinais de que estava interessada, contei pras amigas, tinha a sensação de que tudo estava ao meu favor... e ao voltar do banheiro encontrei o jovem buda aos beijos com uma amiga minha. Eu mal me lembro do rosto dele, mas não esqueço jamais aquela sensação horrível que eu estava conhecendo pela primeira vez: a sensação de não ser escolhida.

 

Bem pouco tempo depois, eu e minha mania de gostar dos meninos errados nos interessamos pelo Ricardo, um rapaz mais velho que morava no mesmo condomínio que eu e que era super fofo e diferente dos outros mocinhos bobinhos da minha escola. No meio de uma Festa do Peão na minha cidade, acabei descobrindo que o Ricardo queria namorar a minha irmã. Eu não me lembro de muitas noites da minha vida, mas me lembro claramente daquela e de reviver a sensação de não ser escolhida. 

 

Ricardo e minha irmã namoraram quase um ano, mais por um capricho dela de se mostrar como aquela que venceu uma disputa entre duas mulheres do que por amor verdadeiro. Eventualmente eles se separaram e neste ano muita coisa aconteceu comigo. Comecei a ficar mais consciente sobre essas coisas e sobre relacionamentos e garotos e afins. Um dia, o Ricardo e eu nos encontramos numa festa e, adivinhe, ele quis ficar comigo. Eu estava ali, diante do cara que eu tinha gostado tanto, com quem eu tinha sonhado, por quem eu tinha sofrido... e um ano depois, ele "finalmente" tinha feito a sua escolha. Veio com o discurso de que havia escolhido a irmã errada, de que eu tinha muito mais a ver com ele e bla bla bla. Tudo o que eu achei que queria ouvir, mas quando eu ouvi... não senti nada. E enquanto ele não aceitava minha recusa e pedia uma justificativa, eu só consegui dizer: "eu não nasci para ser a segunda opção de ninguém".

 

Verbalizar isso, ter consciência disso, ajudou a construir uma auto-estima que muitas vezes nem eu acredito que eu tenho. Eu já aceitei muita coisa de homem, mas nunca aceitei ser a segunda alternativa, o estepe, a substituta, a outra. Eu sei que eu fui feita para ser a preferida e não a preterida.

 

Para me ter, o homem tem que ter consciência de que não há outra igual a mim. E por isso, ele não pode correr o risco de me perder. E tem que saber isso no tempo certo. Não adianta ir primeiro borboletear em outro quintal e, por comparação, perceber que fez a escolha errada.

 

Por isso, amiga, não aceite que um homem te deixe na geladeira, na estante, reservada, enquanto o bonito beija outras bocas enquanto você só espera. A gente merece alguém que saiba, de cara, que não há tempo a perder, porque se esperar, pode vir outro mais decidido e descobrir que essa Carol aqui é sensacional.

 


Eu não nasci para ser a segunda opção de um homem - 1Carol Maglio é a blogueira conhecida como Pãozim De Queijo, além de produtora audiovisual, apresentadora de TV, modelo plus size e especialista em mídias sociais.
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IMAGEM: Shutterstock / AbElena