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E se o mundo fosse governado pelas mulheres?

Por Lifetime Brasil el 23 de July de 2022 a las 00:30 HS
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Sabemos que, às vezes, ser mulher nesse mundo não é tarefa fácil. Ainda existem muitos preconceitos a serem derrubados e precisamos lutar muito pelos nossos direitos. Por exemplo, embora não seja lei, quando uma mulher tem um filho, o costume é que ela lhe passe o sobrenome que herdou de seu pai e não o de sua mãe. Essa e outras convenções sociais são aspectos de um sistema patriarcal, no qual prevalece a supremacia do homem sobre a mulher.

 

Agora, você já imaginou um mundo onde as mulheres têm a preferência em tudo, desde a continuidade de seu sobrenome até aos postos de liderança na sociedade? Onde os homens aguardam ansiosos que uma mulher os escolha para passar a noite? Pois isso existe! Já ouviu falar no grupo étnico Mosuo? Eles são um povo chinês de aproximadamente 40 mil pessoas, que possui um estilo de vida que desafia a “cultura do patriarcado”. Trata-se de um matriarcado, onde as mulheres é quem são as comandantes. 

Mulheres Mosuo by Sherry Zhang

Na cultura dos Mosuo, não existe o casamento tradicional. Ao invés disso, é praticado o chamado  “casamento itinerante no qual a mulher convida um homem para passar a noite com ela, com ressalva de poder dispensá-lo no outro dia, se quiser. Funciona assim, toda a mulher adulta vive em sua pequena cabana. Os homens moram juntos em uma casa grande. A porta de cada cabana possui um gancho e todos os homens usam chapéus. Quando um homem visita uma mulher, ele pendura o chapéu no gancho. Dessa forma, todo mundo sabe que essa mulher tem um visitante. E ninguém mais bate na porta. Caso um mesmo chapéu fique sempre pendurado na mesma porta, significa que há um sentimento no ar, provavelmente, uma paixão. No que se refere aos filhos, estes pertencem à mulher, e o homem, basicamente, não possui direitos sobre seus descendentes. Isso não significa que os homens sejam considerados seres inferiores. Pelo contrário, as mulheres os amam e os respeitam. A única diferença é que as pessoas são livres e as relações entre os casais duram enquanto houver o desejo por ambas as partes. Os meninos, quando crescem, ajudam as irmãs a cuidarem de seus filhos. Neste sentido, a figura paterna está mais relacionadas aos tios do que ao progenitor.

 

Outra curiosidade: no idioma falado pelos Mosuo, não existem palavras correspondentes à “guerra”, “assassinato” ou “estupro”. Além disso, não existem cadeias. Isso é algo para se refletir, não?

 

O matriarcado, ou “as mulheres no comando”, não é uma novidade no mundo. A verdade é que muitas civilizações antigas já seguiam um sistema de organização no qual as mulheres detinham o poder sobre as regras sociais e crenças religiosas. Algumas tribos celtas, por exemplo, idolatravam a Deusa Mãe em lugar da figura masculina de Deus.

 

Se em pleno século XXI as mulheres ainda precisam lutar para alcançar a igualdade de gêneros, imagine, então, se vivêssemos nos tempos bíblicos de figuras como Abraão, Moisés e Jacó? Como as mulheres fariam para ter voz e liberdade em um mundo regido pelas regras brutas e opressoras masculinas? Se você quer saber como seria esse mundo, não deixe de assistir a THE RED TENT (A Tenda Vermelha).


FOTO: Sherry Zhang | Under Creative Commons Licence