Não deveria ser obrigatório se depilar

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Muitas vezes, nós, mulheres, reclamamos das demandas da sociedade com relação aos imperativos de beleza e de gênero impostos, que dizem que “deveríamos” nos comportar de uma certa maneira somente pelo fato de sermos mulheres, para que estejamos bonitas.

Primeiro, deveríamos nos perguntar: “O que é ser bonita? E para quem?”. Mas há também uma regra básica na América Latina, e que, por mais que reclamemos, sempre respeitamos: depilar pernas, axilas e a virilha. 

O que aconteceria se questionássemos esse imperativo?

Recentemente, uma campanha da Adidas causou grande agitação por esse motivo, com Arvida Byström, modelo e fotógrafa sueca, conhecida por lutar contra os estereótipos e ser uma grande ativista do movimento “não se depilar”.

No vídeo, a Adidas quis centrar sua campanha Superstar na autenticidade e apresentar, de acordo com suas perspectivas, os “ícones do amanhã”: modelos, artistas, ativistas e atletas. Eles afirmam que o tênis foi projetado para “redefinir a beleza”.

Assim que foi publicada a campanha, a modelo começou a receber comentários de ódio nas redes sociais e, no vídeo, recebeu insultos de todos os tipos:

“Não é uma mulher, é um macaco... Vamos, corte essa m****”.

“Horrível! Queimem isso com fogo! Raspe-se p*****, ou use calças!”.

“É nisso que as mulheres se transformaram? Não, obrigada... Eu gosto da minha cultura europeia e (meus) valores. Uma mulher tem que cuidar da sua aparência... ter classe... Isso é ridículo”.

Também houve comentários positivos de mulheres que a apoiam em seu protesto contra o estereótipo:

“Wow! Estou impressionada! Finalmente, alguém está lembrando às pessoas que elas podem ser elas mesmas! Polegares para cima, Adidas, e obrigado!”

“Você é minha heroína”.

“Obrigada, Adidas, por mostras às mulheres como elas realmente são e o que a feminilidade realmente significa :) <3”

Você teria coragem de sair sem se depilar?